terça-feira, 5 de março de 2013

Ídolos – Neto, o "Xodó da Fiel"


José Ferreira Neto, nascido em Santo Antônio de Posse em 9 de setembro de 1966, é um dos jogadores mais amados pela torcida corinthiana. Maior responsável pela conquista do primeiro título brasileiro do Corinthians, em 1990, Neto ganhou espaço nos corações corinthianos para sempre, ficando conhecido como o "Xodó da Fiel".

O jogador iniciou sua carreira no Guarani de Campinas, chegando inclusive a enfrentar o Timão na final do Paulistão de 1988 – e quem não se lembra do golaço de bicicleta que ele marcou contra nós na primeira partida da decisão? Neto jogou também em 2 de nossos rivais, o São Paulo e o Palmeiras, antes de se transferir para o Parque São Jorge em 1989. Essa transação, aliás, logo se tornou célebre, pois Neto veio para o Timão em uma troca com o Palmeiras envolvendo os inexpressivos Ribamar e Dida – o que acabou sendo um dos melhores negócios já fechados pelo Corinthians em todos os tempos.

Neto viveria seu melhor momento em 1990, quando se destacou como o único craque de um Corinthians apenas mediano. Em busca de seu primeiro título nacional, o Timão iniciou a campanha do Brasileirão de 1990 de forma discreta, alternando bons e maus momentos, e quase não se classificou para o mata-mata. Só que o elenco corinthiano, embora limitado, era de guerreiros. Sob o comando de Nelsinho Baptista, o grupo se fechou em busca do título, que viria graças à liderança e a genialidade do craque Neto.

O time cresceu muito na fase de mata-mata. Nas quartas de final, contra o Atlético-MG, Neto foi fundamental na partida de ida, no Pacaembu, marcando os dois gols da vitória por 2x1, de virada – o que possibilitou a classificação com o 0x0 no Mineirão. Nas semifinais veio o Bahia, e a história se repetiu: 2x1 em casa, com mais um gol de Neto, e 0x0 em Salvador, classificando o Corinthians à final para enfrentar o São Paulo, bastante superior tecnicamente. Embora não tenha marcado gols na decisão, Neto foi fundamental nas vitórias, ambas por 1x0: ele cobrou a falta que originou o gol de Wilson Mano, logo no começo da primeira partida, e também iniciou a jogada do gol de Tupãzinho no jogo de volta, que ele próprio considera o maior momento de sua carreira profissional.

Em 1991, Neto conquistaria um novo título, hoje pouco comentado, mas muito importante na ocasião: a Supercopa do Brasil, que envolvia os campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil do ano anterior. A disputa em jogo único, contra o Flamengo, foi vencida pelo Corinthians por 1x0, e ele foi o autor do gol do título. No Campeonato Brasileiro daquele mesmo ano e contra o mesmo adversário, o jogador ainda faria um gol de falta histórico, quase do meio do campo, em pleno Maracanã, garantindo a vitória corinthiana por 3x2.

Outro gol de Neto com a camisa do Corinthians que acabou eternizado seria marcado em 1992, contra o Guarani – um golaço de bicicleta, ainda mais bonito do que aquele que havia marcado contra o Corinthians na época em que jogava pela equipe campineira.

Neto ficaria no Corinthians até a derrota para o Palmeiras na final do Paulistão de 1993, transferindo-se para o Millonarios, da Colômbia. Rodou por diversas equipes até retornar ao Timão no final de 1996. Embora tenha feito parte do elenco campeão paulista em 1997, Neto foi pouco aproveitado pelo técnico Nelsinho Baptista, que chegou inclusive a declarar que o jogador estava acabado para o futebol, dispensando-o pouco tempo depois.

Polêmico, Neto se envolveu em diversos problemas ao longo de sua carreira. O mais conhecido aconteceu em 1991, quando o jogador cuspiu no rosto do árbitro José Aparecido de Oliveira durante um clássico contra o Palmeiras e pegou quatro meses de suspensão. Ele teve também alguns atritos com treinadores, especialmente Émerson Leão, com quem não se bica até hoje. O jogador também era conhecido por não ser dos mais disciplinados – ele se dizia boleiro, e não jogador. Além disso, sempre teve dificuldades para manter seu peso, e somando isso aos diversos problemas no tornozelo que teve que enfrentar, acabou encerrando muito cedo sua carreira de jogador, aos 33 anos.

Neto teve poucas oportunidades com a camisa da Seleção Brasileira. Disputou as Olimpíadas de 1988, em Seul, conquistando a medalha de prata, e a Copa América de 1991, na qual também foi vice-campeão. Embora se esperasse que o jogador fosse o camisa 10 da Seleção na Copa de 1990, ano em que vivia seu auge, ele acabou ficando de fora da convocação final do técnico Sebastião Lazaroni, com a justificativa de que Neto ainda teria 2 Copas do Mundo pela frente. Com isso, Neto perdeu sua grande chance e acabou tendo que lidar com a frustração de jamais ter disputado um Mundial em sua carreira.

Atualmente, Neto é comentarista da TV Bandeirantes e da Rádio Bandeirantes AM, além de apresentar o programa “Os Donos da Bola”.

Pelo Corinthians:

Jogos:
227

Gols:
80

Títulos:
Campeonato Brasileiro: 1990
Supercopa do Brasil: 1991
Campeonato Paulista: 1997

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