quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Ídolos – Ronaldo

Para muitos, o maior goleiro da história do Corinthians – e talvez do futebol nacional – foi Gylmar dos Santos Neves. Mas um dos maiores do Corinthians na posição em todos os tempos e sem sombra de dúvidas aquele com maior identificação com o clube é Ronaldo Soares Giovanelli, por sua raça, pelos 10 anos em que defendeu o gol corinthiano e principalmente por seu amor incondicional pelo Corinthians.

Nascido em São Paulo no dia 20 de novembro de 1967, Ronaldo iniciou nas categorias de base do Corinthians em 1979, após passar em uma peneira, e teve a oportunidade de fazer sua primeira partida no time principal em 1988, em um amistoso contra o São José. Terceiro goleiro corinthiano na época, era difícil para Ronaldo ter chances na equipe, pois os dois outros jogadores da posição eram atletas consagrados que haviam sido os titulares da Seleção Brasileira nas 2 Copas do Mundo anteriores: Valdir Peres, em 1982, e Carlos, em 1986. Com Valdir Peres dispensado e Carlos machucado, Ronaldo foi alçado à condição de titular na estreia do Paulistão de 1988, em um clássico contra o São Paulo, e de imediato virou herói: defendeu um pênalti do ídolo são-paulino Darío Pereyra, o que garantiu a vitória corinthiana por 2x1. Com o retorno de Carlos, Ronaldo voltou para o banco, mas por pouco tempo, pois uma nova contusão de Carlos, e sua posterior transferência para o futebol turco, recolocaram Ronaldo na meta corinthiana, desta vez em definitivo.

Já titular absoluto e acumulando excelentes exibições, conquistou em 1988 o seu primeiro título, o Campeonato Paulista. Dois anos depois, em 1990, operando verdadeiros milagres, especialmente nas partidas decisivas, Ronaldo se destacava como um dos jogadores de categoria, juntamente com o meia Neto e o zagueiro Marcelo, em uma equipe apenas esforçada, mas que fez história na inesquecível conquista do 1º título brasileiro do Corinthians. No ano seguinte, conquistaria mais um título nacional: o da Supercopa do Brasil de 1991.

Ronaldo também conquistou os títulos da Copa do Brasil de 1995, quando foi o destaque de uma defesa extremamente eficiente, que levou apenas 3 gols em 10 jogos; do Paulista daquele mesmo ano, quando finalmente conseguimos vencer uma final contra o Palmeiras, que vinha sendo uma pedra no nosso sapato nos 2 anos anteriores; e do Paulista de 1997, seu último com a camisa do Corinthians, tendo inclusive feito contra o São Paulo uma defesa em cima da linha na partida final, o que garantiu o título. Ronaldo também foi fundamental durante a péssima campanha corinthiana no Brasileiro de 1997: na última partida, contra o Flamengo, novamente fez uma defesa em cima da linha e evitou um resultado negativo que rebaixaria o Corinthians para a Série B.

Extremamente carismático e com um estilo próprio, adorando valorizar as suas defesas e fazendo pontes às vezes até um pouco exageradas e desnecessárias, Ronaldo era ídolo por natureza – qual criança corinthiana que cresceu nos anos 90 nunca gritou "Ronaaaaaaaaaaldo!" após uma defesa nas peladas de rua? No entanto, apesar de ídolo, seu temperamento difícil muitas vezes criava problemas para o próprio time. Não era incomum Ronaldo se envolver em algum tipo de confusão com adversários, com companheiros do próprio Corinthians e com a arbitragem – até com gandulas ele já discutiu durante as partidas – e acabar sendo expulso, prejudicando a equipe.

Exatamente pelo aspecto disciplinar, Ronaldo teve poucas oportunidades na Seleção Brasileira, apesar de ser um excelente goleiro. Há quem diga que seu temperamento difícil tenha sido a principal razão de suas poucas convocações e que talvez Ronaldo pudesse ter tido melhor sorte, mesmo com a alta concorrência de grandes goleiros na época. Além de ser convocado para poucos amistosos, participou de apenas um torneio oficial pela Seleção, como 3º goleiro: a Copa América de 1991, na qual foi vice-campeão.

Como quase todos os ídolos corinthianos, Ronaldo deixou o clube pela porta dos fundos: ainda que estivesse há 10 anos na equipe principal e fosse o capitão do time, após a chegada de Vanderlei Luxemburgo, em 1998, seu contrato não foi renovado, mesmo depois de o treinador ter garantido a Ronaldo que ele seria o pilar de sustentação de seu trabalho no Corinthians. Após sua saída, Ronaldo rodou por diversos clubes, mas jamais se firmou. Não tinha como – seu lugar sempre foi, e sempre será, a meta corinthiana.

Ronaldo também realizou outras atividades além do futebol profissional: fã de Elvis Presley, Ronaldo chegou a montar uma banda de rock, Ronaldo e os Impedidos, que teve suas músicas veiculadas com certa frequência nas rádios do país na 2ª metade da década de 90. Posteriormente, integrou a equipe de showbol do Corinthians, e nos dias de hoje é comentarista esportivo.

Ronaldo é o 3º jogador com mais partidas pelo Corinthians (601), atrás apenas de Wladimir e Luizinho, e o goleiro que mais vezes atuou pelo clube. Além disso, ganhou a Bola de Prata da revista Placar como melhor goleiro do país em 1990 e 1994.

Pelo Corinthians: 

Jogos:
602

Gols sofridos:
571

Títulos:
Campeonato Brasileiro: 1990
Copa do Brasil: 1995
Supercopa do Brasil: 1991
Campeonato Paulista: 1988, 1995 e 1997
Taças dos Invictos: 1988 e 1990
Troféu Ramón de Carranza: 1996
Copa Bandeirantes: 1994
Taça da Solidariedade: 1994

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