domingo, 3 de junho de 2012

Ídolos – Luizinho, o "Pequeno Polegar"

Nascido em 7 de março de 1930, Luiz Trochillo  mais conhecido como Luizinho  é um dos maiores jogadores que já vestiram a camisa do Corinthians. Para muitos torcedores, especialmente os mais antigos, que tiveram a oportunidade de ver a verdadeira seleção corinthiana do início dos anos 50, em que formava a "Santíssima Trindade Corinthiana" com o "Gerente" Cláudio e o "Cabecinha de Ouro" Baltazar, Luizinho, o "Pequeno Polegar" foi O MELHOR. 

Corinthiano desde pequeno, Luizinho saiu do time de várzea Maria Zélia e foi jogar no seu clube do coração ainda criança. Passou pelas categorias de base, onde venceu diversos títulos, e fazia a Fiel Torcida chegar mais cedo ao estádio para vê-lo jogar pelos aspirantes nas partidas que eram disputadas antes daquelas do time principal. Com 18 anos já fazia parte do time profissional e após pouco tempo seria titular absoluto da equipe.

O baixinho Luizinho (media apenas 1,64) logo ganhou o apelido de Pequeno Polegar. Apesar de canhoto, jogava como meia-direita, com a camisa 8. Jogador folgado, era um grande driblador, e após aplicar um drible sempre chamava o adversário com a mão pra tomar mais um. Tinha como jogada característica passar a bola pelo meio das pernas do adversário  como ele próprio dizia, via uma brecha e fazia o drible instintivamente –,  e dizem que teria chegado até mesmo a sentar na bola, contra o Palmeiras, após um drible humilhante aplicado em Luís Villa. De tão boca suja, precisou pedir desculpas publicamente pelos palavrões proferidos ao vivo em uma entrevista na rádio após uma partida. Além disso, Luizinho era muito briguento, e arrumava confusão até mesmo com jogadores bem maiores e mais fortes do que ele. Chegou a dar com um tijolo na cabeça de um jogador do São Paulo que encontrou na rua, por acaso, após uma partida entre as duas equipes.

Talvez por causa de seu temperamento, Luizinho teve poucas chances com a camisa da Seleção. Nas poucas que teve comeu a bola especialmente contra a Argentina , e muitos estranharam a sua não convocação para as Copas de 54 e 58, embora tenha disputado o Campeonato Sul-Americano de 1956. Mas Luizinho já jogava em uma seleção, a equipe corinthiana do início dos anos 50, considerada a melhor da história do clube.

Luizinho venceu tudo que disputou. Além de títulos de menor expressão, venceu o Torneio Rio-São Paulo em 1950, o Campeonato Paulista em 1951 (quebrando um jejum de 10 anos sem esse título e formando o "Ataque do 100 Gols", com Cláudio, Baltazar, Carbone e Mário), o bi Paulista em 1952outro Rio-São Paulo e a Pequena Copa do Mundo, na Venezuela (onde foi eleito o melhor jogador do torneio) em 1953, e em 1954 conquistou o bi do Rio-São Paulo (o terceiro em 4 anos) e o maior título do clube até então: o Campeonato Paulista do 4º Centenário, marcando inclusive o gol que deu o campeonato ao Corinthians, contra o Palmeiras. Foram 7 títulos de primeira grandeza em 5 anos, comprovando que o Corinthians era na época o maior time do Brasil e um dos maiores do mundo.

Porém, o temperamento difícil do Pequeno Polegar também causou a sua saída do clube, no ano de 1960, após um desentendimento com o técnico Sylvio Pirillo. Ele se transferiu para o Juventus da Mooca, mas em 1964 voltaria para o Corinthians, onde jogou até encerrar sua carreira, em 1967. Após algumas passagens como técnico no clube, Luizinho recebeu mais uma homenagem do Corinthians, já aos 65 anos, em 1996: um jogo de despedida. No amistoso contra o Coritiba, que marcaria a apresentação do atacante Edmundo, Luizinho entrou novamente em campo, com a camisa número 8 que tantas vezes já havia utilizado, e jogou alguns minutos da partida. Após ser substituído por Edmundo, o Pequeno Polegar deixou o gramado sob aplausos emocionados da fiel torcida. 

Com 603 partidas, é o 2º jogador que mais atuou com o manto sagrado, atrás apenas de Wladimir, com 805, e é também o 7º maior artilheiro da história do clube, com 175 gols. Além disso, é um dos únicos jogadores do Timão a receber um busto em sua homenagem no Parque São Jorge, junto com NecoCláudioBaltazar e Sócrates.

Luizinho faleceu em São Paulo, em 17 de janeiro de 1998, aos 67 anos, devido a problemas respiratórios.

Pelo Corinthians:

Jogos:
603

Gols:
175

Títulos:
Torneio Rio-São Paulo: 1950, 1953 e 1954
Campeonato Paulista: 1951, 1952 e 1954
Pequena Taça do Mundo: 1953
Copa do Atlântico de Clubes: 1956
Torneio de Brasília: 1958
Torneio Início do Campeonato Paulista: 1955
Taça Cidade de São Paulo: 1952
Taça das Missões: 1953
Taça Charles Müller: 1954 e 1958
Taça dos Invictos: 1956 e 1957
Torneio de Classificação do Campeonato Paulista: 1957
Troféu Bandeirante: 1954
Troféu Lourenço Fló Júnior: 1962


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