Iniciou sua carreira entre os juvenis do Madureira, e logo se transferiu para o Flamengo, jogando no clube da Gávea até 1993, quando foi negociado com o Corinthians contra a sua vontade. Mal sabia ele que, em pouco tempo, seria idolatrado pela maior torcida da capital paulista.
Em 1994, seu primeiro ano no Corinthians, conquistou a Taça da Solidariedade (confronto amistoso contra o São Paulo) e a Copa Bandeirantes (torneio que valia vaga para a Copa do Brasil do ano seguinte, também vencida pelo Corinthians), inclusive marcando um gol no massacre corinthiano de 6x3 sobre o Santos na partida de ida da final, já mostrando ser um jogador com espírito de decisão.
A Copa do Brasil de 1995 foi o primeiro título de grande relevância conquistado por Marcelinho com a camisa do Corinthians, e o jogador foi fundamental no título – especialmente na final, contra o Grêmio, marcando gols na vitória por 2x1 em São Paulo e por 1x0 em Porto Alegre. Pouco mais de um mês depois, outro título: o Paulistão, em cima do Palmeiras, ocasião em que novamente Marcelinho marcou nos dois jogos da final.
No ano de 1996, o Corinthians conquistaria apenas o torneio internacional de caráter amistoso Ramón de Carranza, vencendo os clubes espanhóis Cádiz, na semifinal, e Betis, na final, ambos por 2x0 – e os dois gols da final foram marcados por Marcelinho. Porém, o maior feito do jogador no ano foi realizado no dia 1º de fevereiro, pelo Campeonato Paulista: Marcelinho fez um golaço contra o Santos em plena Vila Belmiro, o gol mais bonito de sua carreira e certamente um dos mais bonitos da história corinthiana, com direito a chapéu e chute de primeira, recebendo uma placa das mãos do Rei Pelé.
O jogador se despediria do Timão em 1997, com mais um título Paulista, pois havia sido negociado com o Valencia, da Espanha, por 7 milhões de dólares. Entretanto, não se adaptou ao exterior, e teve seu passe comprado pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, que criou o "disque Marcelinho", número para o qual os torcedores de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos deveriam ligar e pagar a quantia de 3 reais. O clube que tivesse arrecadado mais dinheiro com as ligações teria o jogador, e é lógico que esse clube foi o Corinthians, com 62,5% dos telefonemas. Assim, Marcelinho voltou ao Parque São Jorge, pronto para viver a melhor fase de sua carreira.
Entre 1998 e 2001, o Corinthians tinha um time de craques que marcou época no futebol nacional, e Marcelinho era o comandante da equipe que conquistou nada menos do que dois Paulistas (1999 e 2001), dois Brasileiros (1998 e 1999) e o Mundial da FIFA, em 2000. Neste, o jogador pôde se sagrar campeão mesmo tendo perdido um pênalti na disputa contra o Vasco, na final.
Apesar dos diversos títulos conquistados no período, o jogador, assim como todo o elenco, acabou marcado por não ter conseguido conquistar a Libertadores, que na época já era uma obsessão no clube. Marcelinho, em especial, acabou sendo o grande carrasco da eliminação da edição de 2000 do torneio, pois teve seu chute defendido por Marcos na cobrança de pênaltis da semifinal contra o Palmeiras – o que custou nossa eliminação.
Após uma briga com Ricardinho, em 2001, Marcelinho deixa novamente o Corinthians, dispensado pelo então treinador Vanderlei Luxemburgo, que o acusou de divulgar para a imprensa problemas internos de relacionamento entre os atletas do clube. Jogaria por diversas equipes do futebol nacional e internacional, até voltar ao Timão novamente, em 2006. Porém, essa passagem não foi das mais felizes, e ele logo seria desligado do elenco, encerrando sua carreira pouco tempo depois. Formou-se em jornalismo e atuou em programas esportivos na televisão, mas logo voltou a jogar, pelo Santo André. Em uma partida contra o Corinthians, em pleno Pacaembu, recebeu uma emocionante homenagem da torcida tão apaixonada por seu ídolo. E não demoraria para voltar ao clube, pela quarta vez: foi contratado em 2010 para as comemorações do 100º aniversário do Corinthians, quando atuaria em uma série de partidas usando a camisa número 100, recebendo o título de "Senhor Centenário". Porém, o jogador acabou entrando em campo em apenas um jogo, um amistoso contra o Huracán, da Argentina, pois foi resolvido que ele trabalharia somente na parte de publicidade do clube.
De temperamento difícil, Marcelinho estava frequentemente envolvido em problemas. Ao longo de sua permanência no Corinthians, brigou com diversos colegas, como Rincón, Ricardinho, Henrique e Edílson, além do técnico Luxemburgo. Jogador polêmico, era considerado violento e maldoso por seus adversários, embora sempre se dissesse um "atleta de Cristo". Talvez por esses aspectos tenha tido poucas chances na Seleção Brasileira, embora fosse um dos grandes jogadores de sua geração. Mas, apesar dos problemas, será sempre idolatrado pela fiel torcida, que demonstrava seu carinho aos gritos de "Uh, Marcelinho!"
Ele é o 12º jogador que mais vezes vestiu a camisa do Timão, tendo atuado em 433 partidas, e o 5º maior artilheiro da história do clube, com 206 gols. Hoje em dia, atua na equipe de Beach Soccer do Corinthians. Como prêmios individuais, Marcelinho ganhou a Bola de Ouro da revista Placar em 1999 e a Bola de Prata em 1994 e 1999 pelo Corinthians e em 2003 pelo Vasco da Gama.
Pelo Corinthians:
Jogos:
433
Gols:
206
Títulos:
Mundial de Clubes da FIFA: 2000
Campeonato Brasileiro: 1998 e 1999
Copa do Brasil: 1995
Campeonato Paulista: 1995, 1997, 1999 e 2001
Troféu Ramon de Carranza: 1996
Copa Bandeirantes: 1994
Taça da Solidariedade: 1994
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