1 – O Corinthians poderia vencer o clássico e ir para o Japão com o famoso "excesso de confiança".
2 – O Corinthians poderia perder o clássico e ir para o Japão com a famosa "moral baixa".
Perdemos o clássico. Pior, perdemos pro time reserva do nosso maior freguês. Ainda pior, perdemos jogando MUITO MAL. Tomamos uma virada, DE NOVO, como havia acontecido contra eles no 1º turno. Não seguramos o aspecto emocional, DE NOVO – e os maiores exemplos disso foram a infantil expulsão de Jorge Henrique e a infeliz falha de Wallace no terceiro gol tricolor. Ok, teve o nosso gol mal anulado (quem é o time do apito amigo, mesmo?), que se tivesse sido validado poderia mudar a história do jogo, mas nada tira o mérito da equipe do São Paulo, que fez uma excelente partida, e nem apaga os erros do Corinthians, que foram diversos.
Só não devemos e nem podemos nos desesperar. Se o seu pensamento é "um time que perde pros reservas do São Paulo não tem nenhuma chance no Mundial", lembre-se que seu pensamento, no primeiro semestre, era de que "um time que perde pra Ponte Preta não tem nenhuma chance na Libertadores" – e deu no que deu.
Temos que pensar que a partida de ontem, assim como todo o Brasileirão, não importa. Desde o dia 4 de julho de 2012, quando finalmente conquistamos a América, sabíamos que seriam longos 5 meses até a estreia no Mundial, e que nada que acontecesse nesse meio tempo faria grande diferença. Seria ótimo ter ganho o clássico, mas perdemos; seria ótimo ter terminado como o melhor time do returno, mas fomos o 4º melhor; seria ótimo ter conseguido uma posição melhor na tabela, mas fechamos o campeonato na 6º colocação. Só que o que importa é: o Brasileiro seria usado pra treinar o time, entrosar as novas peças, testar novas formações, e tudo isso foi feito, com muita qualidade. Estamos SIM prontos pra embarcar e podemos SIM trazer o bi.
Mais: essa derrota para o São Paulo tem tudo pra ser um "efeito Ponte Preta", o famoso "males que vêm para o bem". Nada como perder um jogo que não vale nada às vésperas de uma decisão, assim todo mundo baixa a bola, reflete a respeito de seus erros e não embarca pro Japão achando que é o bam-bam-bam. Como o próprio Tite disse, essa derrota fez o Corinthians "vencer nossa primeira partida no Mundial".
Ainda sobre o Brasileirão:
• fechamos o campeonato em 6º lugar. Em 38 jogos, foram 15 vitórias, 12 empates e 11 derrotas, marcamos 51 gols e sofremos 39. Pra um time que passou metade do campeonato com a cabeça na Libertadores e a outra metade pensando no Mundial, tá ótimo;
• fomos o 4º melhor time do returno, e quase conseguimos a façanha de vencer o Troféu João Saldanha, que ficou exatamente com o São Paulo, graças aos 3 pontos conquistados ontem sobre a gente;
• após as saídas de Alex e Leandro Castan em julho, não perdemos nenhum jogador para o Mundial, nem por contusão e nem por transferência. Vamos completos pro Japão.
Pra encerrar, um tema que não pode passar em branco: durante o vergonhoso "olé" que ouvimos ontem no Pacaembu, a torcida tricolor cantou um patético "o freguês voltou" pra gente. Além dessa música ser nossa, cantada CONTRA ELES, fica a dúvida: em qual universo paralelo o Corinthians é freguês do São Paulo?
Vamos aos números:
• No confronto geral são 312 jogos, com 115 vitórias do Corinthians, 100 vitórias do São Paulo e 97 empates. Isso quer dizer que se o São Paulo iniciasse uma improvável sequência de vitórias contra a gente em 2013, contando 3 jogos por ano garantidos entre os 2 clubes (1 no Paulistão, que é em turno único, e 2 no Brasileirão, que é disputado em turno e returno), só tiraria a diferença em 2018! Quem é o freguês, mesmo?
• No Brasileirão em particular, vencemos 22 partidas e perdemos 13, além de 19 empates. Marcamos 60 gols e sofremos 49. Quem é o freguês, mesmo?
• Vencemos o São Paulo em 6 finais: no Brasileiro de 1990, no Rio-São Paulo de 2002 e nos Paulistas de 1982, 1983, 1997 (última partida do quadrangular final) e 2003, além da partida decisiva do Paulista de 1938, que era em pontos corridos. Eles venceram apenas 3, nos Paulistões de 1987, 1991 e 1998, além da partida decisiva do Paulista de 1957, que era em pontos corridos. Quem é o freguês, mesmo?
• Em outras etapas do mata-mata a freguesia é ainda maior: eliminamos o São Paulo 5 vezes (nas semifinais do Paulistões de 1999 e 2009, na semifinal do segundo turno do Paulista de 1977, na semifinal da Copa do Brasil de 2002 e na semifinal do Brasileirão de 1999), e fomos eliminados em apenas 2 ocasiões (na semifinal do Paulista de 2000 e na semifinal da Copa Conmebol de 1994). Quem é o freguês, mesmo?
Mas vamos tentar entender o lado dos caras: só apoiam o time quando vencem algum título – mas não vencem nada desde 2008. De lá pra cá viram o Corinthians vencer tudo o que disputou (Paulista, Copa do Brasil, Brasileiro e Libertadores), e enquanto estão se preparando para a final de um torneio que ninguém dá a menor importância (a Copa Sul-americana), vão assistir pela TV o Corinthians disputar o bi Mundial no Japão. É natural que comemorem tanto uma vitória contra nós, mas cantar a NOSSA música e mentir nos chamando de fregueses indica 3 coisas: que eles não conhecem a história do próprio time, que vivem em função da gente e que não têm o mínimo de originalidade. Patético.
Veja os gols no vídeo:
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