Prata da casa, Wladimir iniciou sua carreira nas divisões de base do Corinthians e subiu para a equipe principal em 1972, durante uma excursão à Europa. A partir do momento em que se firmou como titular na lateral-esquerda, não saiu mais do time, logo se tornando um dos principais jogadores do elenco.
Aliás, era difícil vê-lo fora de campo. Wladimir fazia questão de jogar todas as partidas. Já chegou a entrar em campo com 39 graus de febre, tornozelo inchado e até mesmo com uma costela quebrada. Palavras dele: “Para mim, o sofrimento dentro de campo sempre foi menor que a tristeza de assistir ao jogo do lado de fora”.
O primeiro grande momento de Wladimir no Timão foi a final do Paulista de 1974, quando o jejum de títulos corinthiano completava 20 anos. Mas a derrota para o arquirrival Palmeiras por 1x0 pôs fim ao sonho do título e obrigou o torcedor a adiar por mais alguns anos a comemoração pela quebra do jejum. No entanto, mesmo com a derrota, Wladimir ganhou o troféu Bola de Prata da revista Placar como o melhor lateral-esquerdo daquele ano.
Em 1976, ano em que ganhou sua 2ª Bola de Prata, Wladimir disputou outra final, a do Campeonato Brasileiro, contra o Internacional – torneio marcado pela inesquecível Invasão Corinthiana ao Maracanã na semifinal contra o Fluminense, considerada por Wladimir o seu momento mais importante como profissional. Porém, o Corinthians foi derrotado por 1x0 e mais uma vez ele teve que se contentar com o vice-campeonato.
A grande consagração viria no ano seguinte, 1977, no Campeonato Paulista. Ao lado de outros ídolos eternos como Zé Maria, Vaguinho e o "Pé-de-Anjo" Basílio, Wladimir participou da histórica conquista corinthiana que pôs fim aos 22 anos, 8 meses e 7 dias sem títulos. No 1x0 contra a Ponte Preta, participou da jogada que culminaria no gol da libertação: foi dele a cabeçada defendida pelo zagueiro Oscar antes que a bola sobrasse para a finalização de Basílio.
Wladimir foi campeão estadual outra vez em 1979, novamente contra a Ponte Preta. Na década seguinte, conquistou o bicampeonato paulista em 1982-1983, ambos sobre o São Paulo, em um histórico período conhecido como a Democracia Corinthiana, da qual Wladimir, junto com Sócrates, Zé Maria e Casagrande, foi um dos líderes. No período, dentre tantos jogadores experientes e com espírito de liderança, Wladimir teve a honra de ser escolhido por votação dos próprios jogadores (bem aos moldes da Democracia Corinthiana) o capitão da equipe.
Em 1985, Wladimir deixou o Corinthians, transferindo-se para o Santo André. Voltaria ao Timão em 1987, mas por pouco tempo, e, após rodar por diversas equipes do futebol nacional, encerrou sua carreira em 1991. Nas poucas vezes em que precisou enfrentar o Timão, recebeu homenagens de eterno carinho e agradecimento da torcida.
Por ser um jogador de defesa, Wladimir marcou poucos gols em sua carreira. No entanto, um dos mais bonitos da história corinthiana tem a assinatura dele: contra o Tiradentes, do Piauí, na vitória por 10x1 pelo Campeonato Brasileiro de 1983 (a maior goleada na história do torneio até hoje), Wladimir acertou uma bicicleta incrível, marcando o 7º gol corinthiano no jogo.
Seu estilo era de um defensor moderno: extremamente eficiente na marcação, mas igualmente perigoso nas subidas para o ataque. Sua arma principal no combate aos adversários era o carrinho, mas sempre de forma limpa – foi expulso apenas quatro vezes na carreira, sendo duas dessas expulsões injustas, segundo o próprio Wladimir garante.
Seu filho, Gabriel, seguiu os passos do pai e também se tornou jogador, e lateral, como ele – só que pelo lado direito. Uma das poucas frustrações da vida de Wladimir é não ter visto o filho atuando com a camisa do Timão (Gabriel, aliás, surgiu no rival São Paulo).
Wladimir é detentor de vários recordes com a camisa corinthiana: é o jogador que mais vezes atuou pelo clube (806 partidas), o que jogou mais partidas seguidas (161 jogos sem contusões ou suspensões, de 28 de março de 1981 a 21 de maio de 1983) e o que mais partidas disputou pelo Campeonato Brasileiro (268). Além disso, ganhou a Bola de Prata da revista Placar como melhor lateral-esquerdo do país em 3 ocasiões: 1974, 1976 e 1982.
Pelo Corinthians:
Jogos:
806
Gols:
32
Títulos:
Campeonato Paulista: 1977, 1979, 1982 e 1983
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