quinta-feira, 3 de julho de 2014

Ídolos – Gylmar

Considerado o maior goleiro da história do futebol brasileiro, Gylmar dos Santos Neves nasceu em Santos no dia 22 de agosto de 1930. 

Gylmar (que na época era conhecido como Gilmar) iniciou sua carreira nos juvenis do Jabaquara em 1945. Em 1951, foi negociado com o Corinthians, mas veio parar no Timão meio que por acaso: o interesse real da diretoria corinthiana era um centromédio chamado Ciciá, que vinha se destacando pelo Jabaquara, mas o jogador só seria liberado se o Timão levasse junto Gylmar, que havia sido o goleiro mais vazado do Campeonato Paulista de 1950, com 53 gols sofridos em apenas 20 jogos. Começou assim, de um modo nada promissor, a trajetória do maior goleiro que o Corinthians já teve em todos os tempos.

Seu início no Timão realmente não foi fácil. Na época, o titular na meta corinthiana era Cabeção, um dos goleiros da Seleção Brasileira, e Gylmar era apenas o terceiro goleiro do quadro corinthiano. Uma das poucas oportunidades que Gylmar teve como titular nessa época foi um desastre: em uma partida contra a Portuguesa pelo Campeonato Paulista, ele foi considerado o principal culpado pela vergonhosa derrota por 7 a 3 sofrida pelo Corinthians. Pior: Gylmar foi injustamente acusado de ter se vendido na partida e chegou a ser afastado e proibido até mesmo de entrar na sede do clube, ficando quatro meses sem defender a meta alvinegra.

As coisas começaram a melhorar quando o técnico Rato o reintegrou à equipe. Tendo a oportunidade do mostrar o seu futebol, Gylmar foi ganhando espaço aos poucos. Já como reserva de Cabeção, foi campeão paulista em 1951, ano do histórico "Ataque dos 100 Gols" do Corinthians na competição. Em seguida, com dois goleiros de tão alto nível em seu elenco ao mesmo tempo, foi feito um rodízio entre Gylmar e Cabeção na meta corinthiana. Posteriormente, já titular, Gylmar fez história em um dos maiores – ou talvez o maior – Corinthians de todos os tempos, ao lado de ídolos como Cláudio, Luizinho, Baltazar e Idário, conquistando os títulos do Torneio Rio-São Paulo de 1953 e 1954, da Pequena Taça do Mundo de 1953, na Venezuela, e dos Paulistas de 1952 e 1954 – este último o histórico torneio em que festejava-se o IV centenário da cidade de São Paulo, sendo Gylmar considerado o "supremo guardião do campeão do quarto centenário".

Em 1961, após dez anos no clube, Gylmar se despediu do Corinthians em meio a brigas com o presidente Wadih Helu. Em difíceis tempos de início de jejum, Gylmar era acusado pelo então presidente de fazer corpo mole. Assim, seu sonho de se aposentar no Corinthians não pôde ser concretizado e ele viria a ser transferido ao Santos de Pelé, clube no qual também seria ídolo e faria história.

Ídolo também na Seleção Brasileira, Gylmar foi selecionado para disputar a Copa de 1954, mas uma contusão acabou impossibilitando sua convocação. No entanto, nos mundiais seguintes, foi titular no primeiro título do Brasil em 1958, na Suécia, e também no bi em 1962, no Chile.

Grande goleiro, o "Girafa", como era conhecido, tinha como principal característica a frieza. Extremamente tranquilo, conseguia manter a cabeça no lugar até mesmo em jogos mais difíceis, o que fez com que salvasse sua equipe com grandes atuações por diversas vezes em sua carreira.

Gylmar faleceu em São Paulo, em 25 de agosto de 2013, aos 83 anos, em consequência de um AVC.

Pelo Corinthians: 

Jogos:
395

Gols sofridos:
527

Títulos:
Torneio Rio-São Paulo: 1950, 1953 e 1954
Campeonato Paulista: 1951, 19521954
Pequena Taça do Mundo: 1953
Copa do Atlântico de Clubes: 1956
Torneio Início do Campeonato Paulista: 1955
Torneio Internacional Charles Miller: 1955
Taça Cidade de São Paulo: 1952
Taça das Missões: 1953
Taça Charles Müller: 1954
Taça dos Invictos: 1956 e 1957
Torneio de Classificação do Campeonato Paulista: 1957
Troféu Bandeirante: 1954

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