segunda-feira, 17 de junho de 2013

Ídolos – Neco

Manuel Nunes, mais conhecido como Neco, foi o primeiro grande ídolo corinthiano. Nascido no dia 7 de março de 1895 na rua José Paulino, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo – mesmo local onde o Timão seria fundado em 1910 –, Neco é um dos jogadores com maior identificação com o Corinthians em todos os tempos. Ele defendeu sua equipe do coração por 17 anos, de 1913 a 1930, recorde no clube.

Neco foi escalado pela primeira vez no time principal em 1913, na última partida do Campeonato Paulista daquele ano. No Paulista de 1914, já titular absoluto, fez parte da equipe que conquistou o primeiro título de nossa história, sendo também o artilheiro da competição, com 12 gols.

Apaixonado pelo Corinthians, Neco jogou toda a sua carreira pelo clube – ou quase. Só deixou de fazer parte do elenco corinthiano em 1915, ano em que o Timão não disputou nenhum torneio e acabou enfrentando uma grave crise financeira que obrigou o clube a emprestar seus jogadores para outras equipes. Sabendo que seria o melhor para ele e para o próprio Corinthians, Neco se transferiu para o Mackenzie, mas o coração corinthiano falou tão alto que em seu novo clube ele se identificava não pelo nome, mas por seu sobrenome, Nunes, já que, segundo ele, se não jogasse pelo Corinthians ele preferia ser "outro". Nesse período, tempos de crise financeira, Neco chegou a fazer a loucura de invadir a sede do Corinthians em uma madrugada para levar o patrimônio do clube a um local seguro e evitar que os bens fossem penhorados.

No ano seguinte, 1916, as coisas voltaram ao normal e Neco retornou ao Parque São Jorge para ser novamente campeão paulista. Além de ser artilheiro da competição em 1914 e 1920, Neco ainda venceria o torneio outras 6 vezes, participando dos primeiros 2 tricampeonatos de nossa história: 1922-1923-1924 e 1928-1929-1930. Os oito títulos paulistas que venceu o colocam como um dos jogadores mais bem sucedidos da história do clube. Posteriormente, após encerrar sua carreira como jogador, Neco também foi técnico do Corinthians e venceu o Paulista mais uma vez, em 1937 – o primeiro conquistado pelo clube na era profissional.

Neco sempre foi conhecido por sua raça e liderança dentro de campo, o que acabou dando origem a histórias folclóricas envolvendo o jogador. A mais conhecida delas surgiu após uma discussão com o árbitro em um clássico contra o Palestra Itália. Na época, os calções dos jogadores eram seguros por cintas, e como Neco discutia com o árbitro ao mesmo tempo em que ajeitava seu calção, com a cinta na mão, a torcida teve a impressão de que o jogador ameaçava o árbitro com a cinta. Desse dia em diante, era comum ouvir gritos de "Tira a cinta, Neco!" por parte da torcida corinthiana cada vez que havia um lance polêmico contra o Timão.

Ele também teve problemas com a arbitragem em outras ocasiões. Na mais grave delas, em 1927, agrediu um árbitro e foi banido do futebol – mas a suspensão foi abrandada e ele voltou a jogar após alguns meses. Outra loucura protagonizada por Neco aconteceu em um Corinthians x Portuguesa, em novembro de 1928. Neco por pouco não levou um tiro em campo após agredir um dirigente da Lusa que havia invadido armado o gramado para reclamar da arbitragem.

Devido às diversas glórias alcançadas pelo atleta, Neco foi um dos primeiros jogadores do Corinthians a serem convocados para a Seleção Brasileira, pela qual ganhou o Campeonato Sul-americano (antiga Copa América) 2 vezes, em 1919 e 1922. Ele foi também o primeiro jogador sul-americano a receber um busto em sua homenagem, o qual se encontra até hoje no Parque São Jorge. Além disso, Neco é o 4º maior artilheiro da história do Corinthians, com 239 gols marcados.

Para quem quiser conhecer ainda melhor a história do grande ídolo Neco, recomendamos a leitura de um livro publicado pelo ex-vice presidente do Corinthians, Antonio Roque Citadini, lançado em 2001 e intitulado Neco, o Primeiro Ídolo.

Pelo Corinthians:

Jogos:
313

Gols:
239

Títulos:
Como jogador:
Campeonato Paulista: 1914, 1916, 1922, 1923, 1924, 1928, 1929 e 1930
Como técnico:
Campeonato Paulista: 1937

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