Oswaldo Silva, mais conhecido como Baltazar, foi para muitos o maior centroavante do Corinthians em todos os tempos. Um dos jogadores da "Santíssima Trindade Corinthiana", juntamente com o
"Gerente" Cláudio e o
"Pequeno Polegar" Luizinho, o "Cabecinha de Ouro" Baltazar foi campeão de tudo o que disputou na primeira metade da década de 1950 naquele que é considerado o maior Corinthians de todos os tempos.
Nascido em Santos no dia 14 de janeiro de 1926, o jogador – que era conhecido como Baltazar devido à semelhança com seu irmão mais velho, que tinha esse nome – iniciou sua carreira profissional no pequeno clube União Monte Alegre, em 1943. No ano seguinte foi para o Jabaquara, que defendeu até 1945, quando se transferiu para o Corinthians.
No Parque São Jorge, acumulou títulos. Foi três vezes campeão paulista, em
1951, em
1952 – quando fez parte do Ataque dos 100 Gols – e em
1954, no inesquecível Campeonato Paulista do IV Centenário, três vezes campeão do Torneio Rio-São Paulo, em
1950,
1953 e
1954, e venceu a
Pequena Taça do Mundo, na Venezuela, em 1953, e o
Torneio Internacional Charles Miller, em 1955, sagrando-se artilheiro em duas ocasiões: no
Rio-São Paulo de 1950, com 9 gols, e no
Paulista de 1952, marcando 27 vezes.
Ao lado de
Cláudio e
Luizinho, formou a base do ataque mais célebre da história corinthiana. Muitos gols foram marcados por Baltazar a partir de uma jogada mortal repetida pelo time à exaustão:
Cláudio partia pela direita e fazia um de seus cruzamentos milimétricos na área para Baltazar, que completava para o gol, normalmente de cabeça.
Segundo maior artilheiro da história do clube, atrás apenas de seu contemporâneo
Cláudio, Baltazar marcou 267 gols com a camisa do Corinthians, dos quais 70 foram de cabeça, o que justifica seu apelido "Cabecinha de Ouro". Em palavras do próprio Baltazar, “Nunca fui muito bom com os pés, mas, com a cabeça, nem Pelé foi melhor do que eu”.
A fama de bom cabeceador de Baltazar era tão grande que em 1952 foi composta a marchinha de carnaval "Gol de Baltazar", de Alfredo Borba, em sua homenagem. A letra destacava Baltazar e mencionava os titulares da equipe
campeã paulista de 1952:
Gol de Baltazar
Gol de Baltazar
Gol de Baltazar
Salta o "Cabecinha"
Um a zero no placar.
O Mosqueteiro
Ninguém pode derrotar
Carbone é o artilheiro espetacular
Cláudio, Luizinho e Mário
Julião, Roberto e Idário
Homero, Olavo e Gilmar
São os onze craques
Que São Paulo vai consagrar.
Conta-se, a respeito do talento de Baltazar com a cabeça, que em um comício na Praça da República, o então candidato a governador de São Paulo, Hugo Borghi, disse que o estado precisava de alguém com cabeça para comandar o Estado, e o público presente começou a gritar: "Baltazar!".
A popularidade de Baltazar à época fez com que ele ganhasse um carro Studebaker no concurso O Craque Mais Querido do Brasil. Devido a problemas elétricos, o carro acabou pegando fogo, mas a torcida comprou outro para dar de presente ao jogador.
Pela Seleção Brasileira, foi convocado para as Copas de 1950 e de 1954, marcando dois gols em cada torneio, e disputou o Campeonato Sul-Americano (antiga Copa América) em 1953 e 1956.
Baltazar defendeu o Corinthians até 1957, quando se transferiu para o Juventus. Posteriormente, retornou ao Jabaquara e encerrou a carreira no União Paulista.
Na década de 1960, foi convidado pelo Corinthians para o cargo de auxiliar técnico e se tornou o treinador do clube na década seguinte, alcançando bons resultados no Campeonato Brasileiro de 1971, mas alguns problemas com a diretoria colocaram um fim a sua curta passagem como treinador corinthiano. Posteriormente, foi técnico em alguns clubes menores, mas sem obter sucesso.
Baltazar é um dos poucos jogadores que foram homenageados com um busto no Parque São Jorge, honra que divide apenas com
Neco,
Luizinho,
Cláudio,
Sócrates e
Rivellino.
O fim de sua vida foi muito triste. Para sobreviver, Baltazar realizou diversos trabalhos que nada tinham a ver com seu passado glorioso ou mesmo com o esporte. Com a saúde debilitada, sem dinheiro e sem ajuda, chegou a ficar desaparecido por alguns dias e foi encontrado perambulando pelas ruas litoral paulista. Ele faleceu no dia 25 de março de 1997, aos 71 anos, devido a problemas múltiplos de saúde.
Pelo Corinthians:
Jogos:
401
Gols:
267
Títulos:
Torneio Rio-São Paulo: 1950, 1953 e 1954
Pequena Taça do Mundo: 1953
Torneio Internacional Charles Miller: 1955
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